Ação, que pode chegar a 20 mil refeições, será em 29 de novembro, sob o Viaduto da Conceição, em Porto Alegre
O projeto Cozinheiros do Bem lançou um desafio para a realização de uma grande empreitada: o maior arroz carreteiro do mundo. O evento já tem motivo, data, público-alvo e gente determinada a pôr a receita em prática. E o movimento já está em fase de divulgação e captação de parceiros e voluntários para a ação.
A ideia é celebrar os dez anos do Projeto Cozinheiros do Bem com uma grande festa onde os convidados especiais são os moradores em situação de rua da capital gaúcha. O evento vai fechar o Viaduto da Conceição, no centro de Porto Alegre, onde será instalada a maior panela do mundo, para preparar esta que é uma receita autêntica do Rio Grande do Sul, tudo sob a coordenação do idealizador do projeto, Júlio Ritta com apoio do chef Edi Dagrê e suporte dos voluntários da família Cozinheiros do Bem. A estimativa dos organizadores é que sejam distribuídas entre 10 e 20 mil refeições.
O Preparo
Para o preparo, serão necessárias quantias enormes de insumos, entre eles, segundo Júlio, três toneladas de arroz, quatro toneladas de carne, duas toneladas de tomate, duas toneladas de cebola, uma tonelada de alho e uma carreta de lenha. O desafio de colocar a receita em prática começa justamente pela busca de voluntários e parceiros, além dos que já fazem parte do grupo. A ideia é que entre 150 e 200 pessoas trabalhem na ação. “No dia 29, vamos começar a partir das 4h30 da manhã, para poder servir no almoço. A ação vai até as 16h. O preparo do carreteiro começa um dia antes, na sede do Cozinheiros do Bem, com o mise en place, para chegar na hora, montar e entregar”, explica.
As atrações musicais
E como toda boa festa, precisa de música. Entre os destaques, uma das vozes mais importantes do RAP nacional, o rapper Edi Rock, dos Racionais, além de MCs e mais de 10 artistas do Estado, distribuídos em mais de oito horas de shows. “Será uma ação para gritar sobre a luta contra a fome comemorando os dez anos do Cozinheiros do bem, e entregando este presente para a população em situação de rua da capital”, disse Júlio. A ação, conforme ele, tem o intuito de chamar atenção para o combate ao desperdício do alimento e para os números da fome. “E fala da nossa luta contra a fome, pedindo para que mais pessoas se preocupem e lutem contra ela no mundo inteiro”.
Como ajudar
A ajuda pode ocorrer em três frentes: no voluntariado para preparar e servir as refeições, com a doação de alimentos, ou com a doação de recursos via PIX. Para participar como voluntário ou parceiro, o contato é pelo whats 51 984480325. Para quem prefere colaborar com PIX a chave é olacozinheirosdobem@gmail.com
O Cozinheiros do Bem
O Cozinheiros do Bem chega ao décimo aniversário celebrando quase 10 milhões de marmitas entregues em todo país com ações e em colaboração, segundo Júlio Ritta. “Chegamos aos dez anos com um sentimento de exaustão acompanhado de um alívio. Hoje entendo como a missão da minha vida. Sou grato aos mais de 5 mil voluntários que passaram pelo projeto ao longo desses dez anos e acredito no fim da fome”, conta.
Júlio relata que mais de 16 milhões de pessoas no Brasil não sabem qual será a próxima refeição. “Com 1/4 da comida que vai para o lixo, acabaríamos com a fome do planeta. A fome e a miséria são produto. Precisamos respeitar o alimento e abraçar a humanidade como um todo”, defende.
Segundo ele, os dez anos de Cozinheiros do Bem deixaram grandes aprendizados. “A rua me ensina a não julgar. Ninguém se levanta de uma calçada de barriga vazia. Crianças, idosos, a comunidade LGBTQIA+, pessoas iguais a você e eu, que respiram, que sonham hoje e amanhã estarão em nossas filas. Por isso a comida tem que estar quente e saborosa. O alimento é a ponte para que uma troca de ideia, um abraço, uma leitura de olhar possam resgatar uma vida. Quando estamos nas ruas. Ninguém por perto precisa meter a mão numa lata de lixo para comer e essa é a nossa vitória.”
E o projeto, que é motivo de orgulho para ele, deve seguir cada vez mais forte. “Enquanto tiver saúde, força e apoio da sociedade civil organizada não irei parar. Tenho muito orgulho do trabalho feito até aqui, mas felicidade plena terei quando não tiver nenhuma pessoa em nossas filas. Até lá, seguimos.”


